terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Página virada. Capítulo final.

Calma. – eu disse a mim mesmo. – Preciso contar até dez para poder acreditar no que tinha acabado de ouvir. Tudo bem, eu já tinha imaginado a cena, mas, não tinha a certeza de como ela se concretizaria. Meu estômago revirou, e eu, pude sentir uma pequena pontada de curiosidade em minha voz. Acho que deixei isso bem claro quando encontrei os olhos dela. E eu não fiquei admirado por ela poder vê-los tão bem.
Eu não fiquei surpreso por sua decisão repentina. Acho que as surpresas fazem parte da amizade. Isso é tão fundamental.
Então, estávamos ali, criando um elo muito mais forte que um laço de amor, amizade e cumplicidade. Ah, fiquei muito nervoso também.
De repente, eu me vi fitando o chão. – não sei por que, mas, eu ainda me sentia um pouco distante da realidade. Um pouco confuso, talvez. – levantei a cabeça, firmemente, mas não consegui falar.
E novamente eu procurava a coragem que não conseguia encontrar pelo chão. – e eu sabia que a coragem não estaria ali, jogada na rua, onde eu pudesse procurá-la. Mas eu fui tão covarde para admitir isso. Só dependia de mim, emanar toda a tensão do meu corpo. Eu precisava disso. – E mais uma vez, levantei minha cabeça. A voz pareceu ficar presa em minha garganta. Quando tentei falar pela terceira vez, o máximo que consegui, foi: abrir e fechar a boca, em um gesto rápido e repentino.
Mais uma vez eu contei até dez. – só para dar certa segurança a mim mesmo. – Então, sem fitar o chão novamente, eu consegui falar sem egoísmo, sem medo, sem insegurança...
Obrigado. – eu disse a ela, num abraço confortável e amigável. – Ah, e isso não foi um fim...

Josivel Souza.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Uma pequena observação...

Tudo foge do meu normal quando estou no ímpeto de amar.
Quando eu sinto que estou na escuridão total, fecho os olhos, e encontro a luz. Encontro você.
Fico imaginando a minha restrita e complexa felicidade. Até parece real.
Eu corro em frente. E quanto mais eu corro, mais distante da realidade eu fico, mas, eu não percebo isso.
Eu acho uma estupidez toda essa sutileza. Eu ainda não me acostumei com essas situações.
Queria ser mais cordial. Sou tão imbecil e ignorante. E isso, é apenas uma observação do meu comportamento. Uma pequena observação...
Quando abro os olhos, o impacto da escuridão me envolve novamente. E finalmente chego a realidade.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Tentando me equilibrar

Nesses auspiciosos dias, um emaranhado e turbulento pensamento tomaram conta de mim.
Durante o dia, quando a minha sombra andava ao meu lado.
Durante a noite, quando ela escondia-se de mim.
O interessante disso tudo, é que eu não me dei conta, o quão perdido eu estava.
Tudo passava por mim e não existia a mínima chance de ser percebido.
Nada estava nítido.
Eu sempre deixava escapar.
E eu me perguntava onde eu tinha deixado a minha última chance!
E nessa constante, invariável e excessiva loucura do meu próprio reflexo, eu fui me desgastando emocionalmente, mentalmente e fisicamente.
É como andar em linha reta, tentando me equilibrar.
Sem ver o sol, rachando o caminho para o deserto.
Sem ver o luar, cintilando a noite escura que me devorava.
Sem ver o eclipse.
Sem ver as estrelas brilhando para mim.

Deixa eu tentar

Esse medo que me invade a alma, e destrói com o meu coração, dá medo.
Não sei se ainda conseguirei suportar tantos destroços que insistem cair sobre mim.
Quero saber o que eu faço para poder fugir dessa terrível e drástica ilusão.
Não agüento mais viver nesse mundo, cheio de fantasias e tentações.
Onde tudo é diferente da minha inútil, e verdadeira realidade.
Queria pelo menos, ter um destino previsto. Assim, não me sufocaria tanto com meu incrédulo e irremediável presente.
Eu poderia ter ao meu alcance tudo o que desejasse. Até mesmo a cura da solidão.
Queria tanto ter esse poder.
Existem aqueles que podem, mas não querem.
E existem aqueles que querem, mas não podem.
Isso é torturante.
Não existem mais razões para os meus por quês... É tudo tão estranho que chego sentir um vazio imensurável quando tento me aproximar.
Eu tenho me perdido nesse processo de me encontrar.
Afogo-me em derradeiras lágrimas de insanidade pura, e não vejo resultado.
Estou exausto de tentar. Mas, mesmo assim, quero continuar...