domingo, 22 de agosto de 2010

Suicídio

Belém, 28/02/2010 (Esse texto foi escrito nessa data.)

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Eu fui ladrão, assassino, e agora quero ser homicida.
Roubei você para mim, e te matei de amor todos os dias pelas manhãs, tardes e noites em que passamos juntos.
Agora eu quero esquecer tudo o que roubei quando conquistei você.
Quero me suicidar. Esquecer o quanto eu amei em vão, chorei em vão, falei em vão...
É preciso suspirar e superar a dor em absoluto sigilo.
A dor me salva, liberta, cura e me ensina.
A minha morte deverá ser bem armagurada, dolorosa.
Deverá sangrar muito. Ah, como eu fantasio muito a morte.
Queria senti-la.
Mas é uma escolha sem volta...
Acho que não vale a pena eu ferir o que ainda dói muito.
A dor é aceitável.
A morte é apenas uma conseqüência da dor...
Tenho muito medo do escuro. Não saberei viver só.
E mesmo com desejos suicídas, eu também quero continuar vivo. Mas ao mesmo tempo querendo morrer.
Viver com dor ou sem dor, isso já não importa mais.
Minha vida é vazia, sem luz, sem cor e não existe uma só razão.
Se um dia eu cometer esse suicídio, deixarei uma carta simples, com poucas palavras.
Sem compaixão alguma.
Perdão.
Mas eu só to escrevendo o que eu estou sentindo nesse momento.