sábado, 24 de abril de 2010

Pesadelos

O céu cobria-se de medo.
O céu estava sombrio.
O céu estava negro.
O céu dos meus sonhos mudou de cor.
Pessoas passavam pelas ruas, todas com um olhar de tristeza e solidão.
Estavam todas más vestidas.
E eu passava entre elas, me sentido no mundo da escuridão de cada ser que eu via ali.
Todas me entreolhavam com um ar de insegurança e desprezo.
Não sentia medo. Eu sabia que era um pesadelo. Um pesadelo bastante consciente.
Mas como não pensar que eu estava ficando louco, de uma hora pra outra?
Como não saber que aquele pesadelo poderia ser transformado em um sonho.
Você sonha aquilo que você quer. E acho que os pesadelos, não deixam de ser reflexo do nosso inconsciente.
Eu sentia medo sim. Mas não tinha coragem para admitir.
Era inspirador pra mim, saber que eu estava dentro dele.
Era tentador estar dentro dele. Era tão repulsivo e excitante ao mesmo tempo.
O que realmente somos?
Onde realmente estamos?
Construímos sonhos?
Vivenciamos sonhos, ou apenas deixamos passar?
Quero o meu céu de volta. O céu que eu sentia paz, e que me deixa tranqüilo todas as vezes que penso nele.
Quero a minha sensação boa de volta.
Quero as cores que sempre me tranqüilizam.
Quero os meus sonhos de volta.



Josivel Souza.

sábado, 3 de abril de 2010

Labirinto com armadilhas

Minhas dores vão além das minhas compreensões. Compreensões as minhas, que eu perdi ao longo do tempo. Talvez eu não vá atrás para procurá-la. Talvez eu a tenha novamente dentro de mim e ainda não percebi. Hoje, estou vazio demais. Estou buscando algo que eu não posso alcançar, e também não posso ir além de mim. Não vou forçar.
Fico insensato.
Minha insensatez é tão fútil.
Eu não reflito antes de agir, e me sinto incapaz quando alcanço o fracasso.
E quem não sentiria?
Não consigo transmitir calma a mim mesmo. Só consigo pensar nas obscenidades do meu reflexo impulsivo.
Fico imaginando a minha futilidade de tentar, tentar, e tentar.
Quanto mais eu penso em fugir, mais perdido de mim eu fico.
Quanto mais longe o meu pensamento esteja, ele estará sempre no mesmo lugar.
Ele sempre estará na mesma sintonia.
Em algum lugar estranho e desconhecido dentro de mim, eu sinto estar perdido na insalubridade que atinge o meu interior, e que aos poucos vai me matando com a dor.
Procuro encontrar a saída desse infinito labirinto com armadilhas. Mas, todas as vezes que encontro uma possível solução desse caminho sofrido, longo e amargo, eu sempre volto ao ponto de partida, e tudo recomeça.
Volto a sofrer todas as situações já sofridas.
Vivencio novamente a angustia de buscar o que é meu, sozinho. Sem ninguém para me ajudar.
Não posso mais gritar de medo. Não adiantará. Já passei por isso uma vez.
Não posso mais ser dominado pelo medo.
E por mais que eu sonhe, chore, sofra, e me arrependa...
O meu coração sempre será seu. O meu coração sempre voltará para você.
Não adianta fugir.

Um abraço, Josivel Souza.